TRATAMENTO PALIATIVO
Tratamento paliativo é aquele que irá tratar apenas os sintomas da doença, sem o objetivo de cura. No contexto de doenças terminais, estratégias paliativas são realizadas para aliviar qualquer sintoma da doença que comprometa o conforto do paciente. O cuidado paliativo maximiza a qualidade de vida do animal. Podemos citar como tratamentos paliativos o controle da dor, por meio de medicamentos ou outros métodos, a correção de alterações metabólicas, a remoção de obstruções, a cirurgia paliativa ( não tem a intenção da cura mas pode promover alívio da dor /melhoria das funções vitais/ controle dos sinais clínicos/ aumento da vida do animal), a quimioterapia paliativa (sem intenção de cura mas pode atrasar o desenvolvimento do tumor/ redução do tamanho/ redução da dor), a radioterapia paliativa (alívio de sintomas específicos), e qualquer outra técnica que vise o conforto do animal.
Em quais situações escolhe-se o Tratamento Paliativo?
Muitas circunstâncias justificam a recomendação de tratamento paliativo. A decisão de não seguir o caminho de um tratamento curativo ou o diagnóstico de uma doença terminal se encaixam nesse tipo de cuidado especializado. Quando os sinais clínicos de uma doença crônica interferem na rotina de vida de um animal, ele e seus familiares podem se benefeciar de um programa de tratamento paliativo. Esses cuidados paliativos também podem ser utilizados em animais que não obtiveram êxito no tratamento curativo ou caso o pet necessite de cuidados intensos a longo prazo. Doenças progressivas e traumas que possuem complicações de saúde também se encaixam no critério para o uso desse tratamento. Uma análise profunda do animal e uma séria conversa com seu veterinário irão determinar se o seu pet deve entrar em tratamento e cuidados paliativos.
Algumas circunstâncias que justificam o cuidado e tratamento paliativo podem ser descritas nos itens abaixo:
-A decisão de não prosseguir com o tratamento curativo
-Diagnóstico de doença terminal
-Sintomas de doença crônica que interferem na rotina do pet
-Falha do tratamento curativo
-Um animal que necessite de cuidados intensos a longo prazo
-Um animal que tenha doença ou trauma progressivo associado com complicações de saúde
Caso o diagnóstico se encaixe nesses critérios, o uso do tratamento e cuidados paliativos o mais rápido possível, posteriormente ao diagnóstico, é uma das melhores formas para se obter uma melhora significante nos cuidados durante essa fase da vida do seu pet. Se possível, essa manobra deve começar antes mesmo dos sintomas da doença se manifestarem.
Protocolos de Tratamento Paliativo
O veterinário poderá utilizar alguns passos para que haja a compreensão dos cuidados e do tratamento paliativo, para poder ajudar a providenciar o protocolo para começar com o tratamento. Esses passos incluem:
-Avaliação das necessidades do animal e do proprietário, das crenças e objetivos
-Educação em relação ao processo da doença
-Desenvolvimento de um plano personalizado para o pet e seu dono
-Uso das técnicas de cuidados e tratamento paliativo
-Apoio emocional durante o processo de atendimento
Os objetivos, necessidades e crenças dos proprietários, assim como as necessidades do animal deverão ser discutidas e serão levadas em conta para o tratamento paliativo. Informações relacionadas com as atividades do pet em casa são importantes para formar um plano para a família. Uma boa comunicação entre os proprietários e o veterinário é essencial.
Educação relacionada ao processo da doença
Uma educação sobre o processo da doença é muito importante e é melhor executada pela equipe veterinária. Um bom entendimento do processo da doença permite que o proprietário do animal faça decisões informadas relacionadas com os cuidados do animal. O veterinário explicará os estádios da doença e irá discutir o que esperar do estado do animal. As discussões deverão conter informações sobre a doença e sua trajetória, sobre o suporte nutricional em casos de doença terminal/ crônica, sobre opções de gestão dos sintomas e também esclarecimentos relacionados com eutanásia.
A discussão sobre a doença do pet, esclarecendo a trajetória da doença poderá ajudar no plano de tratamento e no entendimento do processo da doença. A trajetória da doença é um padrão generalizado que um grupo de doenças geralmente segue e isso poderá afetar a forma como o veterinário ou os familiares irão lidar com a doença. Informações sobre o suporte nutricional são importantes já que há muitos equívocos relacionados com as opções de suporte e com a falta de apetite na fase terminal. O veterinário explicará os riscos e benefícios das várias opções existentes. Os proprietários também serão informados sobre como reconhecer os sinais clínicos de doenças que poderão interferir com a qualidade de vida do animal e o que existe para aliviar esses sintomas. É importante a discussão principalmente se o plano de gestão não está trazendo melhoras ou se há uma queda na qualidade de vida do animal.O veterinário também possui a função de educar sobre a eutanásia, explicar como funciona, quais drogas são utilizadas, etc.
Desenvolvimento de um plano personalizado para o animal e seu dono
O desenvolvimento de um plano personalizado levará em consideração as crenças da família e seus objetivos, e também a responsabilidade do veterinário de preservar a qualidade de vida do animal, prevenindo efeitos indesejáveis da doença e fazendo um plano que funcione para o pet e para a família. O proprietário deverá saber como obter ajudar a qualquer hora do dia se o animal apresentar alguma crise. Quando projetado o plano, ele precisará tratar todos os processos que interfiram com a qualidade de vida do animal. O veterinário informará todo o tratamento de suporte que existe para ajudar seu pet. O plano personalizado também inclui a questão da ajuda relacionada a estabelecer uma área de cuidado para seu animal em casa, se preciso.
Como Realizar as Técnicas de Cuidado Paliativo?
O veterinário irá fornecer suporte técnico de como o plano de cuidados paliativos deverá ser realizado. Ele poderá providenciar a demonstração técnica, informações escritas descrevendo a técnica, se preciso fornecer medicamentos de administração mais fácil, fazer uma lista de possíveis efeitos colaterais de medicamentos. Se qualquer técnica se mostrar difícil de realizar ou desconfortável para o proprietário, o veterinário poderá procurar outros meios para minimizar o estresse entre o proprietário e o seu pet.
Conforto e Higiene
Conforto, higiene e segurança durante cuidados paliativos são importantes, geralmente simples de serem realizados e não devem ser esquecidos. Um plano de cuidado adequado deve ser seguido e atualizado com frequência, já que os pacientes mudam com o tempo, assim como suas necessidades. Manter o local onde ele vive higienizado, o seu pet limpo e em áreas de convivência familiar pode ajudar bastante no conforto do animal. Caso o animal tenha dificuldade para se locomover, minimizar obstáculos, não mudar a posição dos móveis, usar pequenos portões para protegê-lo das escadas pode ser importante. Manter uma programação regular também pode ser reconfortante para os pets. Pisos escorregadios devem ser cobertos, deve-se manter um conforto térmico adequado, manter os potes de comida e água mais próximos ao pet quando este possui dificuldades para chegar a eles, em casos de dificuldade de se movimentar pode-se tentar manobras para promover a movimentação, trocar o decúbito de animais que ficam muito tempo deitados, etc. Manter o conforto físico do animal não só beneficia ele como reforça a ligação com seu dono.
Fonte: Veterinary Clinics of North America: Small Animal Practice, Volume 41, Issue 3, May, 2011.